Letras, letras e letras. Nem boas, nem ruins, apenas letras que não souberam ficar guardadas.
2.6.09
A festa - parte XII
Gabriel não sabia bem o motivo, mas ir com Ana até a cozinha lhe parecia extremamente arriscado. Não conseguia entender a fúria nos olhos dela quando ele citara ela, Clara e Edu no meio da frase. Tinha algo errado ali, algo muito errado, ele só não conseguia descobrir o que era. O apartamento de Ana era um apartamento antigo, havia sido dos avós dela, num prédio pequeno, sem elevador, duas unidades por andar, mas o avô de Ana comprara o outro apartamento e fizera um só, imenso. O salão onde os amigos estavam era na frente do edifício, gigantesco pela fusão das duas salas de estar anteriores. Os quartos e banheiro ficavam no meio e a cozinha e a área de serviço se interligavam no último andar da construção. Havia uma distância considerável entre a festa e para onde ela o estava levando. Gabriel notou que, quanto mais eles se distanciavam dos outros, mais ela rebolava na frente dele. Seria apenas impressão sua ou ela o estava provocando? A danada sabia como o excitava. Chegaram na cozinha, ela se encostou lânguida na pia e olhou pra ele.
- Chega mais perto de mim... não vou te morder não... não agora. Tá com medo de mim?
Ele se aproximou dela, olhos fixos nos da moça - Não, não tenho medo de você não, Aninha... só tou achando estranho o Edu não estar aqui, ele não é o namorado da Clara?
Ele sentiu uma nuvem passando rapidamente pelos olhos da garota, até eles voltarem a ser manhosos e provocativos - Não... se você quer saber, ele saiu da vida, dela, ele não prestava, você sabe disso, não sabe? Sei que você também não gostava dele... não foi você que quase bateu nele uma vez?
- Sim... fui eu mesmo... incrível, não é? Eu, o mais calmo da turma... você estava lá, porque pergunta? Viu o que ele tava fazendo com a Clara, se eu não entro no meio ele ia acabar batendo nela de verdade... até comentei com a Melissa depois que era loucura dela continuar com ele, iam acabar se matando os dois.
Ana deu um sorriso malicioso - Será mesmo? Eu volto à pergunta que fiz na sala, será mesmo que ele seria capaz de matar a Clara? Ou a Clara de matá-lo?
- Já te disse, Aninha, vagabundo é capaz de coisas que até Deus duvida, ainda mais no calor da hora, conheço histórias assim, de gente que, num acesso de raiva, matou algum amigo, parente, sem querer.
- Sei... mas, vem cá... foi bonito aquilo de você ter protegido a Clara aquela vez... - ela se chegou mais perto do rapaz, passando a mão em seu ombro - eu bem gostaria de ter um homem assim, que me protegesse, sabe?
- Você? Até parece... você ia querer um capacho... cê é muito independente pra ter um "homem pra te proteger" - o tom era sarcástico, mas estavam cada vez mais próximos um do outro, Gabriel sentia os pêlos do corpo se arrepiarem com o calor do corpo de Ana tão junto do dele - Que mulher é essa, meu Deus, pensou ele.
A voz dela era cada vez mais sensual - O que você quis dizer quando achava que eu não gostava dele com a Clara? Hein? Tá insinuando o quê? Que eu e ela temos um caso? Aposto que ficou doidinho imaginando eu e ela na cama quando pensou isso, não foi, seu safado? - Ela levou a mão à virilha dele, que recuou num pulo.
- O que cê tá fazendo, sua doida? - A voz dele saiu entre os dentes, mesmo sabendo da distância e do teor alcoólico em que estavam os outros convidados, ele não queria nenhum alarde para o que estava acontecendo.
- Só queria confirmar o que eu já imaginava... acho que a Melissa passa um sufoco com você, hein? Tenho certeza que dá conta de duas, até de três... não é como o Edu, aquele ali, não dá conta de ninguém...
Mão e photoshop
PS: Pedindo desculpas... eu havia errado as postagens, a real parte VII estava faltando... já corrigi o erro... desculpem mesmo.
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Um comentário:
Agora sim a história prossegue. E eu estou cada vez mais fã da Aninha, a vampira.
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