20.3.11

Tempo menino

esse tempo mau
sem alma, sem coração
esse tempo vingativo
que não freia a ação

corre quando era pra frear
pára na hora de correr
esse tempo vai fazer
minha vida desandar

esse tempo menino
bobo, feio e mau
apronta cada coisa
cometendo desatino

nesse tal de tempo
não se deve confiar
apaga amor, guarda vingança
faz virar velho
quem já foi criança

16.3.11

A menina e as borboletas

e você, menina?
tão bonita, tão descolada
porque se corrói
se não houve nada?

logo você, menina
tão experiente
nessa paixão
de adolescente

borboletas na barriga
cabeça nas nuvens
o coração aos pulos
e vontade de.... cantar

se agarre, menina
a esse carrossel
se jogue nesse amor
o limite é o céu

esqueça o medo
de quem não te quis
abrace o presente
e seja feliz

borboletas na barriga
cabeça nas nuvens
o coração aos pulos
e vontade de.... cantar

Nascer

ela disse que nasci para a poesia
cabeça nas nuvens, pés fora do chão
coração cheio, barriga vazia
as letras no meio da inspiração

os olhos dela, tão doces
cheios de sonho e esperança
em busca da palavra certa
que desse apoio, segurança

ela levou meus rabiscos
rascunhos, canhotos, esboços
ela levou consigo meus versos
minhas palavras e meu violão

levou com ela a poesia
que me fez grande, me fez poeta
vi que não nasci para as letras
nasci mesmo foi pra ela

15.3.11

Depois da festa

radicais livres
de toda e qualquer censura
se jogam e chafurdam
no meio de beijos

quanto mais complicar, melhor
que longe é aqui pertinho
logo ali do lado
do lado de fora de lá

as mãos sujas
de segurar você
para não partir
para não partir
picotar o coração

pode ser engraçado
quando se está de fora
fora de alcance
fora de órbita
fora de si
fora do ar

quando a festa acabar
me leve pra casa
me ponha na cama
diga que me ama
e nada mais