De início, ele não queria ir para a cama com ela. Mas após a insistência de uma amiga em comum e uma incrível seqüência de fins de semana chuvosos, ele aceitara visitá-la.
Subindo as escadas do prédio antigo onde ela morava, sentiu-se meio michê. Eles estudavam juntos, e ele sabia que ela era louca por ele e ele a esnobava. Não que ele fosse grande coisa, mas, mesmo assim, ele a esnobava. Ou melhor, esnobara, pois agora subia os degraus até o segundo andar e apertava a campainha do 202. Uma visita inocente, diriam, caso perguntados. No frigir dos ovos, sexo casual e descompromissado.
Ele apertou a campainha uma, duas, três vezes. Só então ela abriu a porta. Ofegante, ainda ajeitando a blusa de tecido leve, cor de salmão. Ela era muito branca, os cabelos de um castanho acobreado presos num coque no alto da cabeça. Os óculos de aros e hastes grossas, como era moda na época, ao invés de lhe darem um ar moderno, faziam-na deslocada, boboca. Ele beijou-a nas duas faces. Protocolar. Inócuo. Ela sorriu, tinha dentes miúdos, arredondados, feito canjica. A boca era redonda, muito vermelha. como cerejas ao marasquino.
Ela mostrou a casa, um quarto-e-sala pequeno, confortável e... insípido. Ela nem era feia, tinha belos traços, mas era apagada, desinteressante, sem-sal. Ele sentou-se no sofá, ela à sua frente, despejando amenidades. O tempo, um filme, problemas do curso. Ahhh, o curso, estudarem juntos era o motivo do platonismo dela e da visita em mais um fim de semana chuvoso.
Enquanto ela falava, ele reparou no colo dela. Ela usava sutiã de bojo. Tinha seios flácidos, caídos, murchos até, que se apoiavam desgraciosamente como maria-mole nas bandejas da lingerie.
Ela sorria e sorria, e ele não sabia mais o que fazia ali. Ele a imaginava flácida, mole, frágil como um manjar de botequim, que corre o risco de se desmanchar à primeira colherada. Lembrou-se como era difícil de se conseguir manjar de sobremesa em botequins. Pudins de leite eram a regra. Mas pudins de leite eram morenos, bem mais morenos que ela, se lhe permitiam a licença poética.
Enfim, ela se levantou e foi buscar bebida. Voltou com uma garrafa de licor e dois copinhos de cristal. O papo agora fluía melhor, ela começava a mostrar-se razoavelmente divertida e até interessante,
Quando ela levantou-se novamente, para buscar torradinhas e patê, ele notou que, fora os seios flácidos, ela até tinha um bom corpo. uma bunda bonita, redonda como bombons e, a princípio, tão apetitosa quanto. Ao voltar, ela sentou-se mais perto dele e ele reparou nos pés dela. Ela tinha pés bonitos, bem cuidados, de dedos arredondados e unhas bem feitas, pintados da cor de doce de leite.
Agora, já permitiam encostar-se, E nem haviam bebido, as primeiras doses de licor continuavam sobre a mesinha de centro, mal tinham sido provadas. E eles já riam, apertando os joelhos um do outro, com mãos gulosas e dedos sedentos.
Então ele a puxou para si, sua boca colada naqueles lábios ao marasquino. Sua língua provando a língua e os dentes de canjica dela. Ele a agarrou e foram os dois para o tapete. Então ele comeu-a, toda, por completo. Os seios de maria-mole, a pele de manjar, os dedos de doce de leite,, a bunda de bombons. Sorveu-a toda, como um desesperado num oásis. Bebeu-a até a última gota. Saciou-se. Fartou-se como se nunca tivesse se alimentado antes. Deixou-se morrer calmamente no tapete ao lado dela, feliz feito criança que se lambuza com a sobremesa.
3 comentários:
Isso sim é que é Cosme e Damião. rsrs
adorei!
Mt bom....e tão parecido comigo! uahuahuhauhauhhaa....vc me entende, né?! uahuahuahaa =*
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