8.3.10

Mulher

venero
teu gosto doce
agridoce de suor salgado
eternamente em minha boca
em minha língua
sempre a sussurrar teu nome
a me sentir infame
a me achar perfeito
por ser seu eleito
por ter desfeito
todas as tuas esperanças
só pra recontruí-las a teu lado
só pra ter você
inocente e provocante
a me acordar sorrindo
mesmo ao dormir chorando
e acalentar teu pranto
sem razão, sem motivo
e me saber resolvido
a nunca te ver chorar
quando sorrio de tuas lágrimas
e me comovo com teu riso
pra você me ajoelho
na mais abjeta e sublime devoção
que te venero
que te odeio
que te quero
que te desejo
e mais alto me inflamo
que me ofereço
e proclamo
te adoro
te amo
mulher

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