11.7.12

O Sapo

existe um sapo que coaxa
alto e estridente
no quintal atrás da casa

não há brejo ou lagoa
sequer um charco onde chafurde
o pobre sapo que coaxa

deve ser coxo, pois não foge
em busca de um rio, um açude
algo mais que uma poça
com outros seus iguais

mas o sapo não se detêm
sua voz ecoa na madrugada
e ouço tudo de luz acesa

batuco os dedos na mesa,
viro outro copo, torro cigarros
ouvindo murmúrios batráquios

também não fujo
mesmo não sendo coxo ou tolo
em busca de novos ares
que me afastem desse sapo
que me afastem de meus pesares

2 comentários:

Unknown disse...

Simplesmente incrível.
De tudo sai uma poesia, um conto, um poema.
Vc é D+

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.